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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Fuzis e TVs de longo alcance fazem vítimas no Rio e em todo o Brasil.(parte 1

Sem nem imaginar o que acontecia naquele momento na Vila Cruzeiro, durante uns 30 minutos da tarde desse 25 de novembro, no CREA-RJ estava uma companheira da África do Sul contando como a proximidade com a copa do mundo fez crescer a violência do Estado e seu aparato repressivo. Foram 55 mil agentes a mais reforçando o contingente policial.  E quem esteve atento aos acontecimentos na área da segurança no estado do Rio em 2007, ano dos Jogos Panamericanos, em que a policia fluminense matou mais de 1300 pessoas, ta ligad@ no que está por acontecer (ou seria, o que já está acontecendo?).
O que se diz é que a onda de ataques contra ônibus e alguns carros particulares que aconteceram nos últimos dias e que foi o estopim para a mega-ultra-super-espetacular-operação militar que aconteceu nos complexos da Penha e do Alemão, é uma resposta de bandidos à perda territorial para as UPPs. Mas, ainda fazendo um paralelo de todo esse clima de terror com os mega-eventos esportivos que estão por vir, o deputado estadual Marcelo Freixo diz que as UPPs são “um projeto de cidade e não de segurança pública”. Alertando para o critério de distribuição dessas unidades policiais, ele ainda revela: “é o corredor da Zona Sul, os arredores do Maracanã, a zona portuária e Jacarepaguá, região de grande investimento imobiliário. Então, são áreas de muito interesses para o investidor privado. O Estado, portanto, retoma - militarmente - este território. A retomada é militar para permitir um projeto de cidade, que é a cidade Olímpica de 2016.”.
Porém, para a opinião pública, nacional e internacional, as coisas não podem aparecer desta forma.  Há que se tomar o cuidado de transmitir uma situação de controle, e que quando esse controle está em risco, o Estado de imediato responde e... trava-se uma luta do bem contra o malAssim, pro emprego de tanta força do Estado, como foi visto, é preciso fazer com que a sociedade no geral acredite nessa força como legítima e necessária. E os grandes veículos de comunicação foram muito eficazes nesse sentido. Os jornais noticiavam com muita ênfase a ação de delinqüentes que incendiavam principalmente ônibus, mas também carros particulares pelo Rio e região metropolitana. Um pânico tomou conta da população que nem percebeu que o alvo da violência desses bandidos era sempre o patrimônio, e nunca as pessoas. Mesmo assim, até quem não era don@ nem de carro ou de ônibus, ficou apavorad@. Feito isso, consumada a invasão com roubo de pertences e dinheiro de moradores, mortes e prisões arbitrárias, o passo seguinte foi fazer o povo acreditar que a operação significou um marco histórico que fez a violência urbana do Rio virar coisa do passado. E, com o poder de imagens bem selecionadas, somadas às narrativas tendenciosas, muit@s morderam a isca e acreditaram na farsa.
O Rio de Janeiro hoje tem mais de mil favelas e quase todas elas sob influencia de algum grupo criminoso. Não é sensato acreditar que operações dessa envergadura acontecerão em todas essas comunidades. E até que acontecessem, mesmo que o combate ao tráfico de drogas fosse de fato levado a sério até a sua extinção, ainda assim, sem combater as mazelas sócio-econômicas que produzem o bandido, o máximo que se consegue é a migração desses delinquentes para outros setores do crime. E isso já foi verificado na nossa história recente.

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